É carnaval. Acorda cedo, se enfeita, joga purpurina (biodegradável) no corpo todo, encontra os amigues, vai pra rua.
A expectativa de um dia de alegria pura!
O bloco começa, você vai sendo levado pelos movimentos da multidão. Quando percebe, está um calor infernal, o som está longe, tudo lotado, você quase não coloca os pés no chão de tão amassado que está. Já se perdeu dos amigues. Onde foi parar aquela ideia de um dia de alegria? O que fazer agora? Você avista um amigão do outro lado da rua, numa parte bem mais vazia e com sombra. Tem uma galera animada dançando ali, parece ser um bom lugar pra se ir. A distância é de uns 30m, que mais parecem o Grand Canyon. Você está decidido. Custe o que custar, você vai entrar seu amigo. Vai passar pela Dilma, pelo sereio e por aquele cara que sabe-se lá como está fantasiado de urso nesse inferno de 50 graus.
Nesse momento, seu estado muda. Você tem agora um objetivo e sai numa missão. Anda rápido, olhando pra baixo pra ter certeza que não pisa em nada nem em ninguém (mas um pezinho de alguém tá valendo), vai buscando os bons espaços por onde se encaixar para atravessar a multidão. Eita, aquele cara da escola que você não vê há um tempão, fantasiado de unicórnio. Paro pra falar? Não, não, tô numa missão!
Você não sabe exatamente como vai chegar na outra margem do Grand Canyon, mas vai descobrindo a cada novo passo, determinado a chegar. Você só para ou muda o trajeto se algo ainda mais maravilhoso do que seu amigo surgir no caminho. (Nada contra o amigo, mas no carnaval às vezes surgem umas coisas bem incríveis inesperadamente).
Chegando no outro lado do Grand Canyon, ufa! Ali sim é alegria!
Você tomou uma escolha e se movimentou. Deixou de ser levado pela multidão. Saiu de um lugar que tava ruim há um tempo em busca de um espaço de mais alegria. Estava focado, mas aberto a avaliar as boas surpresas do caminho.
O quão diferente isso é da sua vida?
Nesse carnaval de rua (e nessa vida), para de panguar e traça sua reta. Escolha ser feliz.
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