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Fazer o que amo ou fazer dinheiro?

Em minha prática, vejo muitas pessoas com limitações inconscientes para reconhecer que é possível fazer dinheiro trabalhando com o que traz prazer. Muitas vezes esse desafio traz a tona algo que está debaixo de muitas camadas de medos e desculpas. Cavucando, já cheguei algumas vezes no seguinte:


Ter prazer ao fazer o que amamos remete aos nossos tempos de criança, quando éramos mais curiosos e experimentadores. Quando não tínhamos as responsabilidades que temos hoje. E fazer dinheiro é uma responsabilidade do adulto, crescido. Demanda maturidade fazer dinheiro.


É difícil pra alguns unir a espontaneidade infantil à responsabilidade adulta. E aí ficamos divididos, achando que OU eu sou feliz no trabalho, OU eu ganho dinheiro. A gente acredita que pra ser adulto é preciso perder a beleza de viver. E ser adulto, na nossa sociedade, implica em fazer dinheiro. Então acabamos acreditando que OU sou adulto e faço dinheiro OU sou criança e tenho prazer. Os dois, não rola… Só que isso não é verdade. É um pensamento dual, que não inclui que sim, é possível ter responsabilidade e prazer ao mesmo tempo.


Isso sem comentar as muitas vezes que ouvimos diferentes versões da frase: "aproveita agora, meu filhx, que quando crescer e precisar fazer dinheiro não vai ter diversão". A gente cresce ouvindo que fazer dinheiro é difícil e chato. Que a única parte boa de ser adulto é sexo e carros. Quantos pensamentos limitantes.... Não é a toa que muitos querem ser crianças pra sempre.


Semana passada, conversando com meu sobrinho de 9 anos, ouvi a seguinte pérola: "Tia Carol, porque os adultos querem ser crianças e as crianças querem ser adultos?" Ai, a sabedoria das crianças….


Sim, há o ônus que vem com a responsabilidade. Eu não gostava de a cada primeira semana do mês organizar meu financeiro. Abrir a planilha, ver o quanto entraria e o quanto sairia e qual era a realidade financeira. Mas, aos poucos, fui me conectando com a liberdade que aquela organização trazia e com isso veio muito prazer! Prazer de poder fazer escolhas realistas, que em alguns momentos foram menos agradáveis e outros momentos mais. Fiz cursos e viagens com segurança financeira, graças a realidade que essa organização me proporcionou!


E, ao mesmo tempo, há o ônus de querer ter prazer a todo momento. A gente não evolui, não se adultifica, não cresce profissionalmente. Crescer tem sim um preço a se pagar. Mas encontrar um espaço de prazer no crescimento é libertador! Pode ser muito prazeroso ser adulto.


Acreditar que dinheiro e prazer no trabalho não podem caminhar juntos faz com que a escolha, qualquer que ela seja, seja insustentável. Ou ganho dinheiro e não tenho prazer, o que a médio/longo prazo vai me trazer problemas. Ou tenho prazer mas não ganho dinheiro, o que também traz problemas. E se a gente unisse prazer e dinheiro? E se a gente e conectasse a nossa criança e ao nosso adulto ao mesmo tempo? Como a criança poderia responder com espontaneidade e prazer às escolhas de adulto?

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