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Sem ideias e projetos?



Hoje temos mais uma pergunta e aprofundamentos! A mensagem que recebi foi:


Olá querida Carol! Tenho adorado seus conteúdos. Depois de deixar minha carreira corporativa em SP, fazer um ano sabático e agora voltar para Brasília e me sentir completamente perdida e sem rumo - o seu canal é um refúgio!

Esta semana no podcast com o Gab Gomes, você tocou no ponto da minha ferida, quando perguntou pra ele: e o que você diria pras pessoas que não estão tendo ideias e projetos? É bem aí que a coisa tá pegando pra mim. Ele respondeu: eu diria para essas pessoas se nutrirem mais. 

Será que você poderia aprofundar nesse assunto? Eu adoraria entender como seguir esse processo de se nutrir para receber um fruto da criatividade.

Um grande beijo!

M.


Oi M., 

Que coisa boa receber seu e-mail. Ontem mesmo eu atendi três pessoas e todas elas tinham essa questão. Parece que é tempo de escrever sobre isso!


Gostaria de começar com alguns pontos:

> Todes somos criatives. É da natureza humana criar. Estamos em processo de autocriação constante.


> A clareza que precisamos já nos habita, é mais uma questão de tirar a névoa que nos separa do que já sabemos: os medos, inseguranças crenças limitantes e preguiças de fazer o que precisa ser feito - porque né? Uma vez que a gente assume o que deseja, precisa se mover nessa direção! Há de se assumir o risco.


> Confusão é diferente de não saber. A confusão nos paralisa entre algumas poucas possibilidades. O não saber abre um campo de infinitas possibilidades. E aí a criatividade pode fluir! Falei mais sobre isso aqui.


O próximo ponto é onde vou mergulhar contigo, M.


Muitas vezes, quando nos encontramos sem rumo, o estar sem rumo é o rumo!


Meu convite é para você assumir que não sabe e fazer dessa jornada de descoberta um caminho de curiosidade, aventura e paixão pela vida! Que coisa boa essa de estar em um momento de descobrir o que você deseja! Esse é um ótimo objetivo a se ter, fico animada por ti, porque é tempo de acionar sua curiosidade, de se perguntar diariamente “como posso me nutrir hoje? E como posso nutrir a vida?”.


Dar e receber. 


Ao se permitir RECEBER nutrição, aos poucos o seu canal de dar vai se abrir também. Se não estamos recebendo, não temos o que dar. Como receber? Aqui vão algumas possibilidades:

>> Exemplos inspiradores: quem são as pessoas que você admira? Estejam elas vivas ou mortas, amigas ou distantes. Caso você as conheça, como você tem nutrido essas relações? Têm encontrado essas pessoas? Caso não as conheça, poderia ler o que escrevem ou escreveram, se inspirar com vídeos, fazer seus cursos, assistir seus filmes? 


>> Pessoas em transição: se vulnerabilizar e receber empatia em momentos de transição é essencial para que possamos seguir adiante. Por isso, é importante se conectar com pessoas que possam estar atravessando ou que já tenham atravessado algo similar a você. Não seja um peixe fora d’água, encontre seu oceano. 

>> Espaços vivificantes: interagir com pessoas que vivem de forma que você admira, se conectar a grupos e comunidades que possam ampliar sua visão de mundo. Em cursos, cafés, espaços de co-working, templos, fazendas, rituais, museus, praças. Onde estão as pessoas interessantes para você?


>> Contato com o diferente: para criar uma vida diferente, precisamos ter experiências diferentes. Faça coisas que nunca fez antes, leia livros de novos temas, vá por novos caminhos, converse com pessoas improváveis. Durante meu sabático, morei em cabanas, vivi em comunidades onde as crianças eram filhas de todes, ordenhei cabras, dirigi motos, fui a atriz principal de um curta metragem em inglês, plantei floresta no meio do deserto, peguei carona com uma metralhadora entre as pernas (!). Experiencie o novo, traga novidades para suas células! 

>> Siga sua curiosidade. Faça dela seu guia. Se abrir para o novo, se nutrir de novos conteúdos, pessoas, espaços, diálogos vai ampliar sua capacidade criativa. 


Agora vamos falar sobre o DAR. Se não estamos dando, fechamos o fluxo também para receber. Então também é importante estar em um movimento de doação à Vida, partilhando seus saberes, interesses e curiosidades com o mundo.


Como, Carol, se eu não sei o que fazer?


Não sabe o que fazer? Faça qualquer coisa. Ajude a quem precisa, converse com sua avó (e escute as histórias e sabedoria que ela tem pra partilhar), ensine quem não sabe, faça coisas interessantes. Procure um trabalho voluntário, ajude amigues a arrumarem a bagunça de casa, leia poesia em asilos, cuide dos filhos do vizinho. 


A cada ação, esteja atenta ao que acontece dentro de você. O que te instiga, para onde vai sua atenção, como você se sente? Refine sua ação e seu rumo a partir dessas pistas internas. 


“Quando você faz coisas interessantes, coisas interessantes acontecem com você.” - Marcio Callage (li no livro Projetos Paralelos e o Poder do Tempo Livre, do Luciano Braga. É uma super leitura pra você que está em busca de novos movimentos pra sua vida, assim como O Caminho do Artista, da Julia Cameron e A Grande Magia, da Elizabeth Gilbert).


Pra Liz (amo tanto essa mulher que Elizabeth virou Liz), é preciso tirar o foco dos resultados e das críticas e colocá-lo no processo (eu e Gab falamos bastante sobre isso no podcast).


Encontre o que te dá prazer e dedique-se a isso por nenhum outro motivo além do fato que você gosta de fazê-lo. Tocar acordeão, escrever poesia, fazer aula de patinação, cultivar uma horta em casa.  Traga desfrute pra sua vida! Nutra-se da própria vida!

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